Diana Malta tem 28 anos e está atualmente a frequentar o primeiro da licenciatura em Contabilidade e Administração, no Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto. Gosta de passar tempo com a família, passear e fazer trabalhos manuais.
Há já alguns anos que queria entrado na faculdade, mas foi adiando por não saber o que a esperava.
“Fui adiando por vários motivos. O medo da falta de acessibilidade, de compreensão, ou de ser vista de forma diferente. Mas até agora nenhum desses medos se concretizou, nem pela doença, nem mesmo pela diferença de idades, visto que sou cerca de 10 anos mais velha do que a maioria dos meus colegas. Só tenho tido boas experiências”, explica.
Confessa que inicialmente foi difícil conciliar a vida pessoal com a vida escolar, mas conseguiu definir uma rotina em que tudo encaixasse e agora faz um balanço bastante positivo. Assume que, durante o período de férias, chega a sentir falta da rotina do dia a dia.
A nível físico de locomoção é bastante independente, uma vez que a faculdade tem muita acessibilidade. No entanto, há sempre alguma colega que a acompanha pelas rampas ou que lhe facilita os apontamentos quando tem de faltar.
Diana sente que por ter uma doença neuromuscular tem algumas capacidades mais desenvolvidas, como o raciocínio rápido e a atenção, que contribuem para uma rápida aprendizagem.
“No meu dia a dia estou habituada a observar obstáculos que vão existindo por onde passo e tenho que conseguir arranjar soluções rapidamente para os ultrapassar. Eu penso que se não fosse doente e não tivesse essa necessidade, essas capacidades não estariam tão desenvolvidas.”
Hoje em dia, sente-se feliz e realizada na faculdade e, para Diana, “ser estudante com uma doença neuromuscular é um desafio motivador.”
Nota: Esta iniciativa surge no âmbito do Projeto ELEV(ARTE), cofinanciado pelo Programa de Financiamento a Projetos do INR, 2022.