No âmbito do Programa de Financiamento a Projetos do INR para o ano de 2024, a APN – Associação Portuguesa de Neuromusculares está a implementar o PRAVIDA- Programa Autonomia e Vida Independente, de sensibilização, informação e formação para o direito à autonomia e vida independente, direcionado a pessoas com deficiência e a familiares.
De início, recolheram-se as perceções de pessoas com deficiência sobre tópicos, problemas e aspetos relevantes para a efetivação da autonomia e da vida independente, através de um inquérito por questionário. Foram obtidas 196 respostas validadas, das quais 55,6% de pessoas com deficiência motora e 80,1% em idade ativa (dos 18 aos 64 anos). Em média, a escolaridade dos inquiridos é elevada (28,6% Ensino Superior e 35,7% Ensino Secundário). Verificou-se ainda que 8,2% são estudantes e 29,1% estão empregados, sendo que 62,7% se encontram inativos (reformados, pensionistas, desempregados ou que nunca trabalharam).
Da análise dos dados recolhidos, salientam-se os seguintes aspetos:
• 94,4% consideram ser pessoas sensibilizadas para as questões da autonomia e da vida independente das pessoas com deficiência; porém, 45,4% afirmam não ter as competências necessárias para viver com autonomia e de forma autónoma.
• As competências consideradas mais importantes para viver com autonomia e de forma independente são: ser capaz de executar as atividades de vida diária (19,3%); ser capaz de tomar decisões simples e/ou de maior complexidade (17,0%); ser capaz de gerir as finanças pessoais (12,7%); e, ser capaz de se deslocar autonomamente na rua (12,0%).
• Os aspetos mais importantes para a efetivação e autonomia e vida independente foram a autodeterminação (21,8%); a funcionalidade dos apoios (16,5%); a autonomia (11,6%), a inclusão (11,1%) e a empregabilidade (9,0%).
• Para 21,9% o ato de cuidar colide ou pode colidir com a autonomia e vida independente das pessoas com deficiência; principalmente, por não ver respeitados os seus interesses e vontades (19,6%); não poder decidir quem presta o cuidado (14,2%) ou como é prestado o cuidado (12,0%); e, por não ver respeitada a própria intimidade e privacidade (10,2%).
• 82,1% afirmam existir desafios nas relações interpessoais para as pessoas com deficiência; principalmente, a existência de barreiras de acessibilidade (15,7%); sentimentos de insegurança e medo de enfrentar o desconhecido (9,7%); dificuldade em estabelecer e manter relações interpessoais (9,4%); dificuldade em conhecer novas pessoas (8,6%); dificuldade em gerir e resolver problemas (8,2%) e o sentimento de baixa autoestima (8,2%).
• 74,0% assumem existir desafios na construção de família para as pessoas com deficiência; fundamentalmente, sentimentos de insegurança e medo de enfrentar o desconhecido (9,6%); dificuldade em conhecer novas pessoas (8,9%); dificuldade em estabelecer e manter relações interpessoais (8,9%); existência de barreiras de acessibilidade (7,7%); sentimento de insegurança com a intimidade e a sexualidade (7,5%); e, sentimento de baixa autoestima (7,0%).
Em resultado da análise dos dados, foram planeados 3 webinários. A primeira sessão foi realizada a 03/05/2024 sobre o tema: “Conceitos e Práticas para a Vida Independente”. A sessão contou com a moderação de Cláudia Vera Pinto (Jornalista) e as intervenções de Fernando Fontes (CES-UC), Jorge Falcato (Arquiteto e ativista pelos direitos das pessoas com deficiência) e José Pedro Rodrigues (pessoa com deficiência).
Poderá visualizar a sessão através da seguinte ligação: https://youtu.be/ITcLPdeUwxc
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